Abscesso do Pulmão
Abscesso do Pulmão é a presença de uma lesão escavada (cavidade) no parênquima pulmonar, com mais de 2 cm de diâmetro, visível em uma radiografia ou tomografia do tórax. Geralmente as paredes do abscesso são espessas, irregulares e há conteúdo interno hidroaéreo (líquido e ar).
O Dr. Malucelli possui longa experiência na medicina do tórax no Brasil e já realizou centenas de cirurgias em adolescentes, crianças e recém-nascidos.
Sintomas
Sempre ocorre tosse com expectoração pio-sanguinolenta (pus e sangue) com odor extremamente desagradável (mau cheiro), podendo haver dor torácica, febre e perda de peso.
Na maioria das vezes tudo inicia com uma gripe, resfriado ou infecção respiratória onde há tosse com secreção amarelada ou esverdeada, febre, perda do apetite, perda do ânimo, perda da vontade de brincar, perda do peso, etc. Nesse momento os pais devem procurar o seu médico o quanto antes para que tudo seja revisto e para que seja realizada ao menos uma radiografia do tórax.
Como ocorre o abscesso do pulmão?
Ocorre geralmente durante uma gripe ou resfriado ou infecção respiratória, e que evolui com uma pneumonia com necrose (destruição) do parênquima pulmonar (abscesso).
Os abscessos também podem ocorrer em crianças que apresentem perda temporária ou permanente da consciência (desmaios, convulsões, coma, lesão cerebral, etc), pois nessas ocasiões haverá aspiração de secreções para dentro das vias aéreas e isso facilitará a ocorrência de um abscesso. Uma das causas comuns é a aspiração brônquica de corpos estranhos como: pequenas peças de brinquedos, ou grãos de feijão, pipoca, milho, etc. Esses materiais irão obstruir a luz de algum brônquio pulmonar e isso poderá gerar um abscesso pulmonar.
Diagnóstico
É feito através do exame físico, exame de escarro, radiografia e tomografia do tórax. A partir daí, praticamente se torna obrigatória a realização de um exame da via aérea (endoscopia respiratória) para se saber se aquele abscesso pode ser decorrente de alguma doença ou presença de corpo estranho que possa estar causando obstrução da via aérea.
Os principais diagnósticos diferenciais são: pneumatocele, cistos pulmonares e empiema pleural loculado. Nas duas primeiras entidades a parede é fina e regular.
Tratamento clínico
Em 85% dos pacientes, o tratamento é geralmente clínico, associado à fisioterapia e endoscopias respiratórias. Utiliza-se inicialmente antibioticoterapia empírica com adequada cobertura para Staphylococcus aureus e para germes anaeróbicos, pois a etiologia frequentemente é mista, composta pela flora presente à nasofaringe das crianças. O Staphylococcus aureus é o agente mais comumente encontrado.
O tratamento pode ser iniciado com clindamicina, isoladamente ou em associação à penicilina, por quatro a seis semanas. A duração do tratamento geralmente é de 12 semanas mas depende da evolução clínica, propedêutica pulmonar, exames radiológicos e condições gerais do paciente.
Tratamento cirúrgico
Somente em 10 a 15% dos casos haverá necessidade de alguma intervenção cirúrgica, que geralmente é realizada quando ocorre: falha no tratamento clínico; formação de empiema pleural; quando o abscesso se tornar crônico (mais de 8 semanas de tratamento); quando há estenose ou obstrução brônquica associada; na presença de hemoptise com risco de vida (tosse com sangue); formação de bola fúngica; nos abscessos por aspiração de corpo estranho; ou os localizados em malformação da via aérea ou em sequestro pulmonar; nas estenoses e fístulas brônquicas; bronquiectasias e quando há necrose pulmonar maciça.
O tipo de intervenção cirúrgica dependerá da evolução de cada indivíduo, podendo haver necessidade de uma drenagem por aspiração endoscópica, punção transtorácica, drenagem pleural (no empiema) ou colocação de um dreno na cavidade ou uma pneumostomia (melhor solução). Raramente haverá necessidade de realizarmos uma ressecção pulmonar (lobectomias).